POEMAS PARA REZAR
Tenho uma história para contar .
Ahhh, este livro ... este livro tem uma história.
Ganhei em 1962. Tempo em que tinha 18 anos.
Mas , antes disso ,em 1961, época em que eu já tinha um namorado, ao qual sou apaixonada até hoje. Casei-me com ele.
A história é a seguinte: Acontece que os problemas de uma jovem sempre esbarram no pai. Papai era muito severo e nada podia. É , não podia nada, ainda mais após às 18 horas.
Acontece que o autor deste livro "Michel Quoist" estava em São Paulo e ia dar uma palestra sobre a obra, no tradicional 'Colégio Sion' . Começou o problema , pois era às 20 horas. Papai não ia deixar. Mas eu tinha que ir. Falei com mamãe , ela deixou , mas desde que fosse também uma amiga. No entanto, não se envolveu, dizendo que se papai descobrisse, ela não iria me ajudar. Droga. Começou mal.
Como uma jovem corajosa, decidi enfrentar a situação. Combinei com uma colega, só para não ir só ,pois a grande emoção, além de sair à noite, era ir com o meu namorado e no carro dele.
Chegamos ao colégio, que estava lotado. A palestra já ia começar.
Infelizmente tivemos que ficar em pé, ao lado da porta oposta à porta da entrada.
Tudo corria bem, Namorado fofo, a palestra corria em francês, mas com intérprete que nada atrapalhou a compreensão.
O assunto era totalmente religioso.
Meu namorado era bem alto e estava sempre me ajudando a encontrar a melhor maneira de enxergar o palco. Estar bem perto dele era só emoção !
Foi , lá pelas 20,35 horas, antes da metade da palestra que ele viu uma imagem duvidosa. Olhou novamente com atenção. Era um perfil bem conhecido na porta oposta. Aquela da entrada. Não pode ser !! Disse ele. -- veja se você está vendo o que eu estou .
Meu pai estava lá !! Como ??? Era ele, pai que quando chega em casa não sai de jeito nenhum ! Minha mãe contou a nossa trama e ele foi até lá, enlouquecido.
Nossa !! que tragédia. Namorado alto, presa fácil e, entre tantos, ele foi até nós, me pegou pelo braço, me tirou do salão como se eu estivesse cometendo um ato ilícito, num barzinho mal frequentado .
Meu namorado sumiu. Meu pai estava tão bravo que nem ouviu as suas explicações .
Imagine só, uma inocente palestra falando de religião, de orações, num fino colégio . Só coisa boa ...
Resultado, cheguei em casa só ouvindo broncas e mais broncas, para mim sem sentido , pois eu não tinha feito nada de mais. Claro que fiquei de castigo por dois finais de semana!
E, anos depois, ganhei esse livro que me deixou para sempre gravada a lembrança do dia da palestra, não pelo seu conteúdo, mas pelo tamanho da desgraça , incompreensão e tirania do meu pai. Que pena !!
Nunca esqueci...
Boa leitura!
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